barton fink
sento na cadeira e puxo minha máquina de escrever pra diante de meus olhos. quero dizer, ligo o computador. acendo um cigarrinho, pra arejar as idéias. a página de papel em branco ainda. quero dizer, a tela do word em branco ainda. tenho que escrever um roteiro. ou dois. ou três. ou mais. quero revolucionar a narrativa cinematográfica. fazer cinema libertário, independente e transgressor. ateio fogo nos meus volumes de syd field. e ateio fogo nos meus volumes de buñuel também. porque sou anarquista. já escrevi uma cena. um longo plano-seqüência. preciso de um diálogo. de um diálogo atroz. acendo outro cigarrinho. o último antes de parar de fumar. arrasto minha carcaça welles até a varanda.
as crianças brincando na quadra poliesportiva.
percebo a cena chave que me falta:
e cadê a poesia, pôrra? cadê?
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