The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

08 outubro 2006

céu

plúmbeo. da cor do chumbo. plúmbeo. pesado e tristonho. qual a cor do céu de são paulo?, me perguntou john pothead, debruçado na varanda do nono andar. plúmbea. a cor do céu de são paulo, em noites de neblina, é plúmbea. mas nem sempre é assim. nas tardes quentes de verão, o céu de são paulo desbota num azul lavado. estourado. e no finalzinho da tarde, especialmente em algumas tardes de primavera industrial, o horizonte fica cobre, um cobre hieronymus bosch. quando não chove, claro, quando não chove. aquelas chuvas "no fim do período", como anuncia a moça bonita da tevê, com terninho bem passado e cabelo de laquê. nesses dias, no fim do período, o céu fica verde granito. mas quando cai a noite, o céu plúmbeo protege são paulo e suas estrelas vermelhas piscando no alto dos edifícios.

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