poltergeist
gosto de me locomover às escuras. andar pela casa, à noite, sem acender a luz. assim fecho a porta da cozinha, sigo pelo corredor, dobro à direita, atravesso a sala, subo as escadas e entro no meu quarto com os passos calculados. feels like coming home. pois sei onde fica cada móvel, não corro risco de topadas e tropicões. acho que já é um bom teste caso eu go blind quando ficar velhinho. a única cousa que me incomoda ao entrar o quarto é aquela luzinha verde piscando em intervalos irregulares, esverdeando a parede branca e refletindo ali no teto. é o modem do computador. mas imagino que, em verdade, seja algum espírito do além tentando se comunicar de volta ao mundo dos vivos. algum espírito de luz (verde) perdido no cyberspace. puxo o fio da tomada, desligando o troço. agora não, senhor spirit, já está tarde, acabei de chegar da rua e creio que estou meio mamado. perdones.
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