The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

15 maio 2007

beat porém limpinho

mal abri a porta do elevador e senti um cheirinho bom. até verifiquei se era o andar certo. o nono andar. cheirinho bom. e não me refiro ao cheiro de sinsemilla queimada que bafeja a cara dos visitantes cada vez que john pothead atende a campainha. nem me refiro ao cheiro de xampu de babosa que escapa das melenas loiras de minha vizinha joss stone quando ela vai até a lixeira. me refiro a cheirinho de limpeza. daqueles cheirinhos que nem bon air dá. e esse cheirinho limpinho vinha mesmo de meu apartamento beat. passei algumas horas na rua, batendo perna entre os camelôs do centro, e quando volto percebo meu apartamento limpo, asseado, tal um lar de família. dia de maria rosa. oh, sim. as cousas cheiram bem por um par de horas quando é dia de maria rosa limpar o apê beat. pena que, em pouco tempo, meus odores e fedores reconquistarão o terreno perdido. até lá... vou fumar um cigarrillo ali na varanda. em respeito.

|