The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

24 março 2008

do the talking

as pessoas me páram na rua pra falar de droga.
quer dizer, não na rua exatamente, mas em lugares públicos e permissivos a esse ponto.
um dia desses, por exemplo, no show da céu, uma guria atravessou o sesc pompéia para perguntar se eu tinha seda. não, guria, não tenho seda. "que pena, só me falta seda pra poder apertar um agora." me despedi com um sorriso amarelo e um olhar solidário. eu sei o que é isso.
doutra vez, num show do supergrass em atibaia, clima meio woodstock, no meio do mato, outra guria veio me perguntar se eu tinha um doseabá pra queimar ali com ela. eu fiquei mais decepcionado ainda com minha impotência. além de ter queimado todo meu fumo ao lado de mister pothead, eu ainda estava no meio de uma trip química. nem pude me desculpar direito com a menina. mandei mal.
uma terceira vez, mais recente, num festival rocker no rio de janeiro, um camarada aparentemente on drugs perguntou para mim e para nosso brother pothead se a gente tinha um pilão ali a mão. tu sabes pra quê. depois o cara bateu um longo papo com o senhor campbell e, creio, deve ter se virado com um graveto.

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