The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

04 março 2008

Cansei de ser sádico

Acordo às 4h45 e não consigo mais dormir. Não tinha esses problemas quando era beat vagabundo. Um vagabundo do TPB. Saio à varanda e tudo está escuro e silencioso. Tudo está extremamente agradável. Faço um café. Sorvo o líquido fumegante enquanto o vento bate fresco em minhas costas nuas. Estou a cinco horas do meu trabalho e isso me contenta. Posso fazer mil coisas. Mas o tempo passa rápido nas boas horas. Os primeiros pios, primeiras luzes, primeiras vozes, primeiras cores desvirginam o dia 4 de maio. Tinha sonhado com o Bicudo. Eu era o professor do Bicudo. O Bicudo foi um cara, um brother, de uns tempos atrás. Foi ele quem, mesmo mais novo, me ensinou a fumar um cigarro de índio. O Bicudo tinha assim um ar de sabedoria vagabunda e preguiçosa. Bem inspirador. No sonho eu era o professor. Na vida o Bicudo foi meu professor da marijuana. No sonho eu tinha que esmurrar o Bicudo. Ele era um filho da puta que não queria obedecer às minhas ordens. Amanheceu.

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