Assim falou Zaratustra (e outras ficções)
- Eu posso ser o que quiser
- Não, não pode, não pode, não pode
- Quem é você pra dizer que não posso?
- Você não pode usar pessoas
- Defina “usar pessoas”
- Usar, usar como me usou, oras
- Como assim, te usei? Você não me usou também? Ou, pelo menos, usou partes de mim
- Ah, caralho, como você é escroto e egoísta
- Sou mesmo, fazer o quê?
- Achei que você era um cara legal. Que tinha gostado
- Quem disse que não gostei? Foi sensacional
- Mas então por que não quer mais me ver?
- Gostei enquanto durou
- Mas o que há de errado comigo?
- Nada, você é ótima, muito legal
- Mas então...
- Olhe só, nos usamos mutuamente. Usar é legal. Esqueça o lado pejorativo desse verbo, o usar. Vamos todos nos usar
- Cara, você é louco. Insano
- Eu sou normal, a humanidade é louca
- Pretensioso
- Pretensão é ótimo, sem ela não se chega a lugar nenhum
- Que triste, que triste, um cara... um cara que parecia ser bacana
- Eu sou assim, quem quiser gostar de mim, eu sou assim
- Ahn?
- Meu tempo é hoje, não existe amanhã para mim
Telefone (tum, tum, tum, tum)
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