The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

15 junho 2006

barking at no one else but me

acordei meio torto. tem dia que a gente acorda assim. meio descompensado. acordei mais pesado que o ronalducho. estalei os joelhos e fui dar uma volta pelo south lake. o bairro nobre de brasília-df. tipo sete da manhã. me senti meio the freaks andando sozinho pelas ruas avenidas do south lake tipo sete da manhã. as pessoas não andam a pé por aqui. andam em carros bacanas. ou em baús lotados. apenas os cachorros ferozes atrás das cercas. se arremessando nas cercas quando eu passo pela calçada. latindo para mim. barking fucking loud. lanço perdigotos. e aceno o dedo médio para os belos totós. cachorrinhos me saúdam no amanhecer. um frio do cacete. espicho as pernas até a banca de jornal. mas não quero ler notícia nenhuma. apenas pelo prazer de tomar um ventinho gelado na nuca. o prazer de andar a pé entre carros enfumaçados de gás carbônico e escapamentos abertos. apenas pelo prazer de acenar o dedo médio para esses pittbulls sanguinários, em chamas, do lado oposto da cera. "enfia", como diria um amigo poeta. "enfia."

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