The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

20 setembro 2006

cala a boca, galvão!

ginásio do ibirapuera lotado. pro jogo do brazil. pude contar exatos quatro policiais fardados no recinto. todos os quatro em pé cercando a baia da rede globo na tribuna de imprensa. escoltados por dois seguranças brutamontes de terno-e-gravata.
devidamente protegido da gentalha pelos seis gorilas, a boneca galvão bueno era iluminada por um par de holofotes industriais globais. não parava quieta, não parava de gesticular, soltando lustrosos perdigotos na tela de um computador piscando números e estatísticas, para o visível constrangimento (visível até do lado oposto das arquibancadas) da hortência.
"cala a boca, galvão viado!", berrei com veemência, com gosto e retumbância.
galvão fez que não ouviu. mas uma guria de seis anos, sentada atrás de mim, teve as manhas de perceber a importância do momento: "galvão viado!", ela confirmou de imediato.

|