carnaval na obra
não se pode confiar em mais nada neste mundo. nem mesmo na construção civil. ora, imagine que o setor entrou em crise. e isso na aclimação, bairro de vanguarda do centro de são paulo. pois ontem eu dormi tarde. fui dormir de madrugadão. tinha que acordar hoje bem cedo (tipo dez da manhã seria bacana) para trabalhar e tal, para dar uma disfarçada na minha rotina beat desleixada. para tanto, contava com o despertador natural que tem interrompido meus sonhos eróticos pontualmente às sete e meia da manhã de todas as segundas-feiras. todas. eu contava com os dois caminhões-betoneira gemêos que invariavelmente estacionam na loureiro da cruz, interditando meia pista e arruinando a calçada, para ligar sua máquina de fazer esporro e, assim, acordar todos os vagabundos deste próspero bairro. mas hoje os caminhões-betoneira gêmeos não vieram trabalhar. não veio nenhunzinho dos dois caminhões-betoneira gêmeos, nenhunzinho, porque às vezes até vem apenas um dos dois, quando o outro está resfriado ou de folga, mas hoje não veio nenhum deles, não veio ninguém da família. e já são quase duas da tarde. e já perdi a hora. e não sei a quantas anda a construção aqui defronte ao nono andar, em sua tentativa de atingir as nuvens tóxicas que protegem e arejam a grande ciudad. sei apenas que a costrução civil está em crise. algo está a acontecer aqui, mas tu nem sabes o que é, sabes, mr jones?
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