The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

29 maio 2006

Código Antônio Carlos

No meio de uma onda de ácido, um relâmpago cai na minha cabeça. Foi nesse momento que vi deus. Ele me disse:


- Você é o todo e também as partes

- Caralho, muito doido aê
(deus debochando) - “Muuuito doido”, deveria parar de ser tão junkie
- Pô, foi mal aê, mas do contrário, não falaria com o senhor
- Por favor, use maiúsculas quando falar Comigo
- Aê, não vai dar não. Não acredito em ti
- Como assim? Que moleque! Como ousa dizer que não acredita se está me vendo
- É que esse bagulho deve estar misturado
- Descrente! Descrente! Vou te matar, daí acreditará
- Se eu morrer, não vou fazer mais nada, muito menos acreditar em alguma coisa
- Lá, nas chamas do inferno, se arrependerá
- O demo? Curto ele, mas não acredito
- Do pó vieste, ao pó retornarás!!!
- Pó? Porra, tá nessa? Acho meio barra pesada
- Insolente!
- Aí, my lord, não repara não, mas tenho que continuar minha onda e esse papo tá ficando meio sucks. Não dá pra me transportar pra algum showzinho manêro. Tipo assim, algo intenso, um Primal Scream, um Sonic Youth. Ou então, se não for pedir muito, um papo com o deus da primeira divisão, o Bob Dylan
- O quê? Deus da primeira divisão? E Eu sou o quê?
- Ah, o senhor é o deus das religiões, me corrija se estiver errado. Pra mim é café com leite

deus vomita, fica em depressão e continua seu trabalho porco com a humanidade

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