The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

28 junho 2006

não quero comer a fátima bernardes, agradecido

não sei. eu acho que deveria torcer pelo brazil. não por ser o que se espera de mim. as pessoas sempre esperam muitas cousas das pessoas, e isso é triste demais. mas acho que deveria torcer pelo brazil porque simplesmente é algo que me agrada em boa parte do tempo.
quando se trata de futebol, claro.
mas, às vezes, algumas cousas simplesmente me dão no saco. às vezes penso como uma vitória deste time do brazil que está aí se arrastando pelas tabelas é contrária a toda uma filosofia, uma visão de mundo que eu guardo. uma ética-estética que aprecio e defendo em todos os outros setores da vida moderna (uah).
bueno. eu adoro o ronaldinho. e passei a gostar mais dele nesses últimos dias, quando o gordinho foi lançado às feras da opinião pública e, aos poucos, parou de tropeçar e passou a meter gols em bambalas africanos e asiáticos. ronaldo é um herói trágico, como o maradona, e heróis trágicos fazem parte da tal filosofia que eu guardo para consumo próprio.
ahn, também gosto do kaká e do gaúcho e do robinho, porque eles se divertem pacas quando conseguem um pouco de paz e uma pelota nos pés, só por isso.
e só por isso acho tão triste ver esse time do brazil. esse time que é a cara de seu técnico, esse time vencedor, invicto, imbatível, 100% objetivo.
esse time fátima bernardes. esse time triste e burocrático e broxola. esse time covarde.
por isso tenho uma pena danada do kaká, do robinho, do gaúcho, do gorducho. porque eles já provaram que podem ser mais bem mais do que esse arrimo de patriotismo galvão bueno que chamam de pátria brasileira.
ah. tenho nojo do hino nacional.

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