The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

15 junho 2006

taffarel

quando eu era moleque, pegava no gol. sem luvas. poque usar luvinha é cousa de goleiro baitola. goleiro de verdade ataca a bola com as mãos limpas. num elástico. berna banks. usava minhas velhas calças compridas de moleton roxo. tipo zetti. as calças rasgadas na bunda, de tanto me lançar em carrinhos, cobrindo os zagueiros de finais de semana, levantando poeira. catar a bola no susto, de primeira, encaixar no peito e lançar o ponteiro num mortal contragolpe. com a bunda ainda marrom de terra. não acredito em arqueiros que não se jogam no chão, não levam chute na cara, nunca tomaram uma bolada no meio do peito. ficar sem ar.
nadja mais agradável do que ouvir a pelota estourando o ferro do travessão num baque surdo - pam - quando tu estás arregaçado no meio da terra, com uma pá de grama entre os dentes.

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