The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

13 agosto 2006

carré de cordeiro e leitão à pururuca

dia do papai. restaurantes entupidos pela grande são paulo. mesas lotadas. famílias, famílias, famílias. john pothead y eu entramos no grande tubarão bordô e miramos para a churrascaria videira. a missão principal era destroçar dois javalis e alguns cupinzeiros bovinos.
a missão paralela: desafiar a tradicional família católica paulistana.
restaurante megalótis. como somos beatnik, entramos porta a dentro, cagando pras pessoas na fila de espera. filas de espera são para otários. para famílias tradicionais. para avós e netinhos e cunhadas gostosas. não há fila de espera para mesa para duas pessoas. e rápido.
destrinchando a última picanha - primeiro corte, por obséquio - da tarde, me debruço sobre o prato, os dois cotovelos sobre a mesa. a barriga satisfeita pelo ocorrido. mas a mente inquieta. apontando para as mesas familiares ao nosso redor, pergunto a mr pothead, the potman indeed:
- mas e se a gente acendesse uma tronca. sabe? aqui. agora. uma tronca tipo peter tosh. o que acha que aconteceria?
- uma tronca tipo gregory isaacs?
- uma tronca assim. o que aconteceria? aqui agora...
- acho que alguém viria reclamar. alguém viria dizer, "meu senhor, isto não é permitido aqui", algo assim.
- mas viriam reclamar por ser uma tronca de sinsemilla?
- mesmo se fosse um fininho, eles viriam reclamar. com certeza.
- reclamariam do ato de fumar em si ou reclamariam do que se está fumando?
- pense assim. pode ter um policial aqui. alguém a paisana.
- aí seria ruim...
- bem ruim. ai o cara já viria armado pra cima de ti.
- mas que cousa...
- é assim. eles não têm muito senso de humor a esse respeito.

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