The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

09 março 2008

as i went out one morning

sonhei que via bob dylan e ele era mais novinho que você ou eu. era apenas mais um deadbeat solitário que fazia suas canções ali no improviso, soprava sua gatinha pelos corredores do metrô, estação praça da república. eu acendi um cigarro e fiquei ouvindo bob no metrô. e as pessoas que passavam, sempre passam, tão apressadas pelos túneis urbanos do centro de la grand ciudad. que nem ouviam o camarada bob. eu era tão jovem, nesse sonho, tão jovem que era estudante e poeta e morava de favor. como rimbaud. catei uma moedinha doirada de 1 (hum) real no fundo de meus pockets e atirei para aquele lonesome hobo, num meneio de respeito e gratidão. take your pick, bobbie boy, my loss will be your gain. foi quando bob me estendendo sua mão, longe do violão, em um instante de embaraço. would ya please not stare at me like that, ele disse, it's just my foolish pride, but sometimes a man must be alone and this is no place to hide. então saí andando, deixei o poeta para trás, pulei no primeiro trem corinthians itaquera. sonhei que via bob dylan, ali entre nós, e que eu estava entre aqueles que o vaiaram por tocar rock and roll. acordei assustado, descabelado, envergonhado. acordei agitado e me estiquei até a vitrola. para pegar a highway sessenta e um rumo norte, até o minnesota.

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