lost for words
tenho andado distante. a poesia se torna arisca, eu penso aqui, quando me afasto das metáforas cinzentas de la grand ciudad. porque novamente brasília, sua amplidão e sua latitude luminosa, mais uma vez o eterno retorno, teu déjà-vu once more com seus inseguros e esnobes acentos francónofos, a viagem iniciática de volta ao planalto central do brazil. a esse movimento lento, necessariamente lento, de introspecção geográfica, parece se somar uma continentalização de outra ordem. um ensimesmamento da ordem das idéias ou, ao menos, da ordem de filtragem dessas idéias que, em momentos outros, rebimbam sem direção dentro de minha caixa craniana e acabam espirrando para fora aqui neste blog beat, de maneira certamente imprecisa e talvez por isso mesmo um tanto naive. mas em brasília, não, nada disso. só o que me escapa ao controle é esse fiozinho líquido de meleca soft que teima escorrer pela minha narina esquerda somatizando desde lá dentro dos pulmões essa minha desnatureza cerrada em choque com o amplo mundo - e só me ocorre sentar e escrever qualquer cousa, como num breve cessar-fogo, assim que me levanto até o banheiro e lá assôo na louça da pia o objeto alien de meus vãos esforços poéticos.
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