The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

17 julho 2008

the bus stop

dando um rolê matinal pel´aclimação. gosto do sol das nove da manhã. quentinho e macio. a gata amarela da rua urano escapa do quintal e vai tostar seus pêlos doirados na calçada às nove da manhã. ronronar baixinho para os passantes. eu páro no meio da ladeira, mequilibro em cócoras e faço festinha. depois me sento no ponto de ônibus da aclimation avenue, mais ali adiante, espiando as pessoas getting by.
as pessoas subindo nos baús e partindo pro paraíso, pra avenida paulista, pra rebouças, pra sé. as pessoas apressadas atrasadas pro tabalho, pra qualquer lugar. as pessoas ouvindo i-pod e escalando as escadas do baú até virarem paçocas ali dentro passando pela roleta. os ônibus demoram a passar pela aclimation avenue, então sempre rola esfrega-esfrega, não importa a hora do dia. eu fico lá sentado. encosta o primeiro baú. deixo passar. chega o segundo baú. deixo partir. demora mais um pouco, demora uns quinze minutos pelo relógio na frente da churrascaria laço da aclimação. até chegar, enfim, o terceiro baú. as pessoas se empurram pra dentro da máquina automotiva. eu me espicho de pé, estalo os joelhos e vou dar uma banda pela pires da mota. todo dia os ônibus levam as mesmas pessoas para os mesmos lugares. todo dia.

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