The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

11 julho 2008

shine inside my mind

dia desses passei duas semanas ouvindo oasis sem parar. tipo revival britpop. chegou a contagiar john pothead, um cara muito mais ligado às novas tendências do pop-rock internacional do que este velho beat que vos escreve - um cara que ouve the national, enquanto eu aqui ouço the grateful dead. enfim. nos últimos dias me bateu outro revival noventa. ouvindo low dream aqui até rachar. esse é um revival que, imagino, ao contrário do revival gallagher, não tomará conta do the double tree park. ( e acaba de me ocorrer que poucas cousas podem ser mais indies do que um revival da low dream. chega a ser pseudo.)
de modo que pedi pro nosso brother pinhones traficar por e-mail algumas old songs da low dream. e no meu ipobre fubá não pára de girar (?) o segundo LP (?) dos camaradas. o correio está em greve, ou pediria pra minha mãe beat despachar os discos lá de brasília. (minha coleção de discos está assim partida ao meio, nunca mais será a mesma.)
descendo a loureiro da cruz até a aclimation avenue ouvindo low dream no ipobre em volume extremo.
when the sun blind my eyes and i feel my soul in the sky...
porque às vezes é preciso descer a loureiro da cruz às sete e pouco da manhã num momento de friozinho industrial pragente lembrar do caráter beatífico de uma guitarra e um pedal de distorção. te confesso que, há umas poucas semanas, ainda envolto pela gravidade canábica folkster do grateful dead, eu tinha esquecido da existência dos pedais fuzz.
com meu ipobre trovejando uma nuvem cacofônica direto em meu cerebelo, sem equalização, os agudos ampliados pelos auriculares vagabas, me senti como numa sessão de acupuntura nos tímpanos.
de repente notei que meu corpo estava mais leve, meus joelhos não estalavam mais, minha carcaça pesada a flutuar macio pelas calçadas d´aclimação num estupor noise.
eu queria ser lou reed, e tu?
in a kiss i feel the taste of flowers, it´s like a dream in a million hours, tomorrow will be the same sad day, there is no ball and i won´t be able to play, from the ocean inside your bewitched eyes...

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