segura na mão de deus e vai...
acordo meio atravessado. me acontece , às vezes, colchão kingsize. quero continuar ali atravessado, mas sinto que minha bexiga é um dique prestes a arrebentar sobre a nova orleans de minha pobre próstata. e me ergo num solavanco, um jump, audaz e felino, corro até o banheiro a balouçar minha bunda branca. eu e o celite, o celite e eu. sinto uma bela música a preencher o espaço entre mim e a louça. nessa cumplicidade de toalete, me entrego à simplicidade biológica daquele momento, a incontornável beleza dos gestos mais simples, o êxtase que se sobrepõe ao pensamento, à consciência e mesmo à linguagem do poeta quando apertado para dar um pipi matinal caudaloso.
te disse que sinto uma bela música a preencher o espaço entre mim e a louça. imagino a poesia das esferas celestes? maria rosa a lavar minhas panelas, a cantar para jesus, manhã de terça-feira.
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