Rodluz (como lugar afetivo)
A volta a Sao Paulo depois de alguma aventura outside afetivo-profissional-existencial acontece no Rodluz. É sentando em um de seus bancos de madeira, sozinho ou em companhia de Berna Beat ou Fred “ o Turco” que me sinto me casa again.
É ali, ao lado da gente trabalhadora da Aclimação, do Cambuci e da Liberdade, o meu lugar. Dos médicos de jaleco encardido, dos coreanos sisudos, dos nordestinos sorridentes. Dos garços: o enfezado “vai querer o quê?” ou do simpático “vamos caprichar?”
Comendo a conserva de cebola com pão do mercado Dany. Os espetos de corações diligentemente preparados pelo churrasqueiro, que usa uma faixa estilo John McEnroe na cabeça. Das polentas fritas, feijão fradinho. Do melhor pudim de leite condensado de São Paulo.
É na rua José Getúlio, barulhenta, descuidada, com salões de beleza do povo, lojinhas feias, gente estranha, dessas que nunca aparecem em comerciais de tevê, um antítese da Oscar Freire. Cheia de vida real, de taxistas modestos, moradores de rua, lar-abrigo espírita, velhinhas em busca do que fazer.
De cheiro de fumaça de ônibus, garôa, churrasqueira, laquê. De cheiros doces que não se sente por aí.
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