The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

10 março 2008

introducing joss stone

joss stone foi embora do the double tree park. para sempre.
(pausa dramática.)
durante dois anos, a loirinha joss foi minha vizinha de porta. eu morava no 901. ela morava no 903. então eu pude assistir de soslaio, e entreouvir, a desregrada vida afetivo-sexual de minha vizinha. joss stone recebia amigos e amigas para noites tórridas no 903. meninos e meninas. segundo o boquiaberto zelador do double tree, até um policial civil conheceu intimamente a minha vizinha.
john pothead me visitava amiúde no 901, na esperança de cruzar com joss stone no corredor.
joss e eu sempre trocamos olhares cúmplices. olhares de alta tensão sexual que eletrificavam os ares do nono andar cada vez que nos encontrávamos ao acaso. joss era uma guria faceira.
certa feita, fizemos sexo selvagem no elevador embaçando o espelho. mentira.
mas joss puxava papo e sorria para qualquer comentário suarento e disléxico que eu proferisse num gagalante gagagaguejar.
eu forçava encontros na lixeira do nono andar. mas nunca tive o moral. sou fraco.
agora, morando aqui no longínquo décimo-sexto andar, só me resta o brito beat como vizinho. ele é freak, pelo menos, mas não rola aquela tesão.
e joss stone deve ter voltado para campinas. aquela vadia.

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