the dope street
hoje de manhã, tipo nove horas, desci a loureiro da cruz até o supermercado. fazer compras e tal. como costumo fazer todas as manhãs.
(foi quando passei pelo térreo do the double tree park, claro, e me deparei com o sumido marombeiro john pothead, que estava puxando ferro n´academia de nosso residencial, mas essa é outra história.)
porque estava eu, voltando do supermercado, a subir a loureiro, quando, ali na esquina com a rua urano, senti um forte e ostensivo cheirinho de mato queimado. sim, como bom perdigueiro farejador do departamento de narcóticos, percebi de imediato que não era cheiro de cigarro de palha, não, nem de charuto cubano. era cheiro de cigarro de índio. mui diligente e curioso, segurei meus passos e estanquei. fiquei ali. de pé na esquina. cafungando a marola para sentir de que lado aquele vento estava soprando. olhei ao meu redor. o perfume cannábico se fazia presente e intenso e duradouro. mas todas as três janelas do sobradinho do outro lado da rua estavam fechadas. do lado de cá, atrás do muro verde do complexo habitacional, também nenhum sinal de fumaça.
segui em frente, por mais alguns metros, até flagrar sem querer dois motoboys debaixo de uma árvore da loureiro. um dos rapazes, sem jeito, escondeu a mão direita atrás das pernas. o outro, numa bandeira, deu um passo hesitante na direção do amigo e me balbuciou um '"bbbom dddia" entredentes num sorriso mais amarelo que a ponta de seus dedos...
absurdo. não se pode mais andar na própria rua, em plena luz do dia, sem encontrar esse tipo de gente à solta.
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