The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

24 julho 2008

a secret meeting in the basement of my brain

Estou aqui, no meu job corporate, em que escrevo vários textos corporate. Meio de saco cheio de tudo isso. Saco cheio de escrever, inclusive, aqui neste espaço tão nobre, o TPB. Deixando para o sábio e vagabundo Berna Beat a tarefa de entreter leitores. Esses jobs corporates me deixam assim meio sem tesão de pensar nas coisas boas, líricas e poéticas da vida. Como escrever sobre o nada no TPB. Como reparar no aprazível cotidiano d´Aclimação. Cotidiano este que acompanho de longe, apenas em leituras no meio tarde, entre uma ligação para um jornalista-editor-de-qualquer-bosta e outra para um cliente corporate. Em que devaneio, “ah como era boa minha vidinha loser”. Apenas acordar. Sem ter o que fazer, além de ir ao supermercado Dany conferir as promoções. Fazer o almoço. Lavar a louça. Dormir à tarde depois de ler um livro. Ou encontrar uma garota. De preferência alguma que também não faça nada, uma universitária preguiçosa a fim de ver um filme. Looking for one day jobs. Mas, não. O que me oferecem aqui é uma oportunidade irrecusável de vencer. De ter uma vida burguesa paulistana, que inclui uma casa na praia e uma casa no campo. Com uma bela esposa da elite branca. Com filhos estilo european. Com jantares no Jun Sakamoto. Happy hours na praça Villaboim. Almoços no Carlota. Passeios com meu labrador no shopping Higienópolis. Cafés no Suplicy. Uma boa vida burguesa e agitada custa caro. E me dá tédio.

Eu apenas suspiro, levo a parada adiante. Empregado hoje, na rua amanhã. Whatever. Ganhando tempo, pra pensar no que fazer, numa forma menos cinza de viver.

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