The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

25 outubro 2008

o poeta do meio-dia

rambling on my mind. te digo que meu cérebro derrete em sinapses lentas e espasmos macios. nã. desta vez não se trata da lenta digestão daqueles cookies de chocolate. mandei um cookie pra dentro, como café da manhã, bem verdade, mas agora estou assim meio devagar, meio gasto, meio seqüelas por pura insolação jazzy.
sol a pino em são paulo.
sentado na grama, com os fundilhos dormentes sob o belo sol outonal paulistano de rachar.
suando feito antílope mancueba em savana africana.
sábado de manhã no parque. very cozy. tipo de atividade árcade que não me apetece nem um pouco. sou mais um hippie urbano de quarto-sala, incenso de sândalo e um bom sofá.
mas com sonny rollins na trilha-sonora, não tem jeito, mesmo o parque do ibirapuera vira uma espécie de caixinha de areia particular. the sonny.
feliz e vermelho.
agora volto ao the double tree park, tantas horas depois.
atravesso a nuvem de fritura gordurosa que o almoço do velho brito espalhou pelo átrio do décimo-sexto andar e, enfim, atinjo a privacidade de meu apartamento beat. acendo logo um par de incensos. tomo uma ducha gelada - temperatura do degelo do ártico - para me aprumar o lombo. mais vermelho que camarão com escarlatina.
empilho minha carcaça sobre meu sofá hipster e canto baixinho. canto sonny pra ti. tan-tan-tan, tan-nan-nan, tan-tan-tan, nan-nan-nan-nã.
mas sou ruim de ritmo e erro a cadência. nan-nan-nan-nã.

|