O encolhimento
Atirei em ti. Em desespero mudo. De testa franzida. E ombros curvos. Aquela ferida debaixo da unha. Que me incomodava. Que nada sanava. “Murder me Rachel, I made a mistake. No more pretty boy”. Ainda a ferida. Com unha. Sem unha. Que arranquei. E sangue jorrou. E continuou jorrando. Salgado e escuro. E infecto. E eu que me joguei. Ali naquele canto. Canto vazio. Vazio da voz. Vazio da alma. Vazio de ti. Vazio de mim. E meus braços. Sobre a cabeça. E minhas pernas. Contra o peito. Sem dia a nascer. Sem devir. Sem recomeço.
Por favor, me dê um banho.
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