as luzes de natal
sempre achei esse troço de natal uma bregalhada. quando em família, ainda aceito a hipocrisia de papai noel & presépio. mas agora que moro sozinho há um tempo, tomei aversão pelas renas e tal. já me basta o brito com seu papai noel pendurado aqui à porta do 1605. em meu cafofo beat não há nenhuma menção decembrina.
- ah, poeta, não curte natal?, me perguntam as gurias que me visitam à noitinha.
- oh, sim, como não, não vês minhas luzinhas de natal?, respondo ligeiro, para não haver desapontamento.
onde as luzes? elas me perguntam. eu lanço minha vista para além da janela, apontando com as sobrancelhas. elas correm para a janela, a ver as luzes. como assim? as luzes aqui do prédio vizinho? essas luzes fajutas?
nanã. me refiro às luzes todas, às luzes da grande cidade. aqui do décimo-sexto andar, quando cai a noite, a grande cidade acende suas luzinhas de natal. amarelas, vermelhas e brancas a piscarem em minha janela noites adentro. o ano inteiro.
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