entrei numas de acordar cedo. pra bater um pé pelo aclimation park enquanto a cidade ainda amanhece. tipo atleta. e o porteiro do the double tree park já nem comenta mais nada. deve ter achado que estou freaking out de vez.
então desço pela pires da mota até a aclimation avenue. as luzes dos postes ainda acesas. as padarias ainda fechadas. os mendigs ainda roncando sob as marquises d´aclimação. a obra ainda parada. e o ônibus elétrico passa macio e todo aceso, descendo sem pressa e sem trânsito rumo à sé, quase vazio.
são paulo parece uma ciudad evacuada. então enfio os auriculares mais fundo nos canais auditivos. os blues de mark lanegan, as canções de amor de björk, os rocks de caetano shuffleando no meu i-pobre rebimbante.
everybody knows our cities were built to be destroyed.
a temperatura ainda está mais amena ao amanhecer. os gases poluentes ainda estão lá no alto da estratosfera. antes de os carros blindados saírem das garagens. dá até pra respirar. quando o dia amanhece pra valer, já estou dando a segunda volta pela pista de cooper do aclimation park. e os coreanos freaks já estão em círculo para a aulinha de tai chi. todos se vestem inteiramente de branco. alguns parecem babalorixás asiáticos. outros, estudantes de enfermagem da universidade de seul.
qualquer manhã dessas, apareço por ali também de branco, pagando de tim maia racional.
enquanto isso, deixo os atletas matinais passarem por mim, correndo esbaforidos. porque todo mundo está sempre correndo o tempo todo pela grande cidade.
engato a segunda pra subir a ladeirinha da loureiro da cruz, porque já cansei de correr por aí. sigo na tranqüilidade até meu cafofo beat no the double tree park, à esquina com a pires da mota. porque ainda dá tempo de tomar um banho gelado antes de ver a moça bonita que dá a previsão do tempo no 'bom dia, brazil' na tevê.