The Pothead Blues

poesia beatnik e pensamentos nihilistas

31 maio 2006

máquina de escrever com pombo correio

não entendo nadja de computadores. minha máquina até tenta falar comigo. ela é simpática e personalizada, como bill gates mandou que fosse. abre janelas e interfaces help. ronrona macio, faz bips e tóins pra chamar minha dispersa atenção canábica. mas não sei o que ela pretende de mim. tenta se comunicar em inglês. mas o inglês dela é melhor que o meu. fico sem entender direito. dou umas esmurradas no teclado, puxo o rabo do mouse e sigo escrevendo minhas linhas. é quase como uma olivetti.
escrevo isso e olho de banda. olho de lado pra minha impressora-scanner-microondas. nunca consegui que funcionasse. sua luz verde pisca pra mim. de ladinho. pisca pisca pisca. será que ainda espera alguma atitude? ou é apenas gozação?

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abreugrafia

enche meus pulmões cavernosos
a fumaça industrial
meu peito vazio

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anhangabaú

inclino a cabeça, empino o nariz
duas fundas fungadas
teu perfume entre os escapamentos da grande cidade

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dê um chute no patrão

faça algo de útil no teu emprego...
leia www.potblues.blogspot.com
TPB - o melhor do teu plantão

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condomínio

demitiram o porteiro do prédio. ele faltava o serviço pra ir no bingo. like buk. tomara que tenha ganho uma grana, para apostar nos cavalinhos. e o double tree park agora tem novo porteiro. o faxineiro foi promovido. escovão, nunca mais.

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não tem preço

"falta de comunicação com o computador central"
"a operação não pode ser realizada no momento"
a liberdade é um cartão de crédito

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brazil

seleção brasileira é a pátria de chuteiras.
então, ô, parreira, escalo pra ti o meio-campo ideal para o escrete:
mineiro, dudu cearense, juninho pernambucano e ronaldinho gaúcho.

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auto-explicação

picaretagem é levar a vida à sério

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smoked

hoje é o dia internacional sem tabaco.
então vou acender um barley.

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30 maio 2006

mod

estava procurando algum assunto. algum assunto em comum. puxar papo e tal. ela é uma garota moderna. tentei ser moderno também.
- e tu curtes franz ferdinand?
- quem é franz ferdinand?
- o arquiduque.
- quem?
- uma banda de rock, banda britânica. curtes rock?
- não. acho pesado demais.
- acha beatles pesado?
- beatles, não. eu gosto de beatles.
- pensei que não curtisse rock. pensei que achasse pesado demais.
- acho sim. mas gosto de beatles.
- por que?
- porque meus pais ouviam beatles, sempre ouvi beatles.
- sei. gosta de "yesterday"?
- é linda, não?
- não. prefiro rock.

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tiger woods

praticar esportes é necessário. não sei se me matriculo na academia de golfe da aclimação. ou se vou ali no bar do nordestino zé quebrado bater uma sinuquinha.

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29 maio 2006

friction

este é um blog de ficção.
qualquer semelhança com pessoas e fatos reais é pura coincidência.
afinal, isto é arte. pôrra.

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várzea grande

valter minhoca, eduardo ratinho e diego coelho

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tevê fama

"ana maria braga confessa estar apaixonada"
"ratinho e hebe falam sobre a insatisfação com suas carreiras"
"henri castelli e isabelli fontana: o casamento dos sonhos está acabando?"
"monique evans quer tirar as sobrancelhas de cláudio lembo"

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batalha naval urbana

qual é mesmo o nome da tua rua?
te procuro pelo mapa
página noventa e dois, bê dois
qual o metrô mais próximo?
qual o ônibus que passa mais perto?
sabe quanto sai o táxi, bandeira dois?

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Código Antônio Carlos

No meio de uma onda de ácido, um relâmpago cai na minha cabeça. Foi nesse momento que vi deus. Ele me disse:


- Você é o todo e também as partes

- Caralho, muito doido aê
(deus debochando) - “Muuuito doido”, deveria parar de ser tão junkie
- Pô, foi mal aê, mas do contrário, não falaria com o senhor
- Por favor, use maiúsculas quando falar Comigo
- Aê, não vai dar não. Não acredito em ti
- Como assim? Que moleque! Como ousa dizer que não acredita se está me vendo
- É que esse bagulho deve estar misturado
- Descrente! Descrente! Vou te matar, daí acreditará
- Se eu morrer, não vou fazer mais nada, muito menos acreditar em alguma coisa
- Lá, nas chamas do inferno, se arrependerá
- O demo? Curto ele, mas não acredito
- Do pó vieste, ao pó retornarás!!!
- Pó? Porra, tá nessa? Acho meio barra pesada
- Insolente!
- Aí, my lord, não repara não, mas tenho que continuar minha onda e esse papo tá ficando meio sucks. Não dá pra me transportar pra algum showzinho manêro. Tipo assim, algo intenso, um Primal Scream, um Sonic Youth. Ou então, se não for pedir muito, um papo com o deus da primeira divisão, o Bob Dylan
- O quê? Deus da primeira divisão? E Eu sou o quê?
- Ah, o senhor é o deus das religiões, me corrija se estiver errado. Pra mim é café com leite

deus vomita, fica em depressão e continua seu trabalho porco com a humanidade

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Assim falou Zaratustra (e outras ficções)


- Eu posso ser o que quiser

- Não, não pode, não pode, não pode

- Quem é você pra dizer que não posso?

- Você não pode usar pessoas

- Defina “usar pessoas”

- Usar, usar como me usou, oras

- Como assim, te usei? Você não me usou também? Ou, pelo menos, usou partes de mim

- Ah, caralho, como você é escroto e egoísta

- Sou mesmo, fazer o quê?

- Achei que você era um cara legal. Que tinha gostado

- Quem disse que não gostei? Foi sensacional

- Mas então por que não quer mais me ver?

- Gostei enquanto durou

- Mas o que há de errado comigo?

- Nada, você é ótima, muito legal

- Mas então...

- Olhe só, nos usamos mutuamente. Usar é legal. Esqueça o lado pejorativo desse verbo, o usar. Vamos todos nos usar

- Cara, você é louco. Insano

- Eu sou normal, a humanidade é louca

- Pretensioso

- Pretensão é ótimo, sem ela não se chega a lugar nenhum

- Que triste, que triste, um cara... um cara que parecia ser bacana

- Eu sou assim, quem quiser gostar de mim, eu sou assim

- Ahn?

- Meu tempo é hoje, não existe amanhã para mim

Telefone (tum, tum, tum, tum)

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the naked gun

a figura patética do homem nu sentado diante do teclado. sem roupas, sem vaidades. a necessidade de ser honesto, sincero por escrito o fez deixar de lado filtros e imposturas. daí escrever pelado diante do microcomputador. uma brilhante idéia, ou assim lhe pareceu. como se a nudez lhe devolvesse um estado primeiro de pureza e virgindade de idéias, como a folha branca do calhamaço que não amis existe. como a tela branca de um processador de texto, ainda inerte. como se apenas a nudez física pudesse jogar por terra todos os personagens mancos que lhe atrapalham as idéias e atravessavam o pensamento. como se apenas com a nudez pudesse atingir o grau de simplicidade que buscava por escrito. porque esse é o verdadeiro oposto da prepotência, decidiu, enquanto elocubrava em voz alta para seus próprios pentelhos. a arrogância do narrador onisciente dispensada como uma bermuda velha. como uma cueca rasgada. a nudez incisiva, obscena, definitiva - não tinha pra onde desviarem os olhares, não tinha sequer como olhar pela janela, as persianas fechadas.
mas não deu certo. quase parecia um hippie frouxo, ali sentado, com a bunda branca sobre a cadeira e a barriga cansada, trancado dentro de casa, tentando tentando tentando. quase parecia um exilado nudista de inverno cansado de tanta verdade, tanta vaidade.

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the nonstop vibracall overnight

57 chamadas não-atendidas
1 novo número

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27 maio 2006

my iron lung

nevoeiro no nono andar
a aclimação
como um grande cinzeiro

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que não se vá

teu cheiro
no meu corpo
meus lençóis
pra nunca mais tomar banho
nunca mais trocar a roupa de cama

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festa do céu

- a senhora crê em deus?
- creio.
- a senhora crê em deus?
- creio...
- a senhora não acredita em um deus justo?
- sim.
- então por que a senhora está abatida?
...
- a senhora tem que crer em deus. não pode ficar abatida. ou não acha que temos um deus justo e misericordioso? não confia que deus fará justiça? tem que crer em deus também quando as coisas não estão fáceis. deus está ao lado da senhora, então o que há de se temer?
...
- a senhora creia em deus.
- mas... meu nome está na oração?
- sim. seu nome está incluído na oração. a senhora tenha um bom dia.
...
"hoje o Missionário estará em santos às 9h,
são bernardo do campo às 13h,
taubaté às 15h e campinas às 18h"

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i bet you look good on the dancefloor

o tiozinho português
da rotisserie capeline
sumiu
há duas semanas
o cachorrinho vira-latas
do estacionamento sete mares
sumiu
há duas semanas
somem
bichos e pessoas
de uma hora pra outra
na grande cidade
na grande cidade
somem
bichos e pessoas
no tempo de dar-se conta

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25 maio 2006

franciscanos

pedro simon pra presidente. e garotinho vice. o velhinho que se cuide.

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tell nobody

baixinho no ouvido
fecho os olhos
teus beijos no pescoço
tua língua tão gentil
inventando novos caminhos

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i hate the books you read

esqueci tudo o que tinha pra te dizer
tão bonito
decorado do livro que peguei emprestado

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subir à cabeça

"seu blog foi publicado com sucesso"

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sem a tecla del

te disse que só paro de escrever quando quebra a ponta do lápis quando seca a tinta da caneta quando desaba o teclado com a violência das pontas de meus dedos amarelos

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luz de inverno

o sol saiu de trás daquela nuvem cinza
a parede vazia da sala brilhou mais claro
deixei cair o casaco, catei os óculos escuros

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aclimation and beyond

tento me aquecer na brasa de um cigarro
nas páginas de um longo romance
qualquer coisa sobre a decadência da geração perdida
tento me aquecer num gole de vinho tinto
nas entrelinhas do que escrevo
mais um lamento sobre te perder de vista ali na esquina

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24 maio 2006

walking through town is quiet scary

culpem o marcola. culpem a polícia. culpem os grupos de extermínio da eficiente police paulistana. culpem esta friiiaca industrial de quinze graus. culpem a acidentada geografia d´aclimação. culpem minha extrema chapação. culpem minha falta de ambição.
ou não culpem nada disso. deixem quieto. culpa é cousa de cristão recalcado.
mas hoje passei o dia inteiro em casa. fechado dentro de meu apê beat. qual caracol. retocando umas palavrinhas aqui, escrevendo uns troços sem rumo, pastando neste teclado carcomido pela poeira leseira mofada paulistana. pastanto até minhas pálpebras secarem. ouvindo estes itunes baixados sobre as britadeiras d´aclimação.
minto, minto, admito, adminto.
saí de casa por meia horinha.
fui ali bater a feijoada do capeline, dobrando a esquina, na josé getúlio. quarta-feira é dia de feijoada no capeline, e pelos botecos de la ciudad. feijoada com couve e arroz. e molho de pimenta all over. mandei uma brahma pra compensar o ácido úrico. e acendi um morrete. it´s the only way of getting out of here.

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HST

quando me bate aquela angústia tomo um trago de vodca e me pergunto...
what would hunter thompson do?

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a fidelidade do fura-olho

tu me disse que era casada
disse assim baixinho
e quase não acreditando

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sideral

catorze graus n´aclimação
garoa garoa fina
deve ser primavera em plutão

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23 maio 2006

punk rock

new york city, again. porque a cibelle, minha amiga da philadelphia, vai passar uns dias em nova iorque. e quer passar pelo cbgb. claro. se o bin laden entendesse um bocadinho de cultura ocidental, ele teria reservado um boeing pro cbgb. foi lá que os ramones deram seu primeiro show. e o television ainda com o richard hell. e o blondie de debbie harry. o cbgb é um boteco ferrado, de porta estreita, corredor comprido, teto baixo e com um palquinho de três-por-três. o suor impregnado na parede azulada desde 1975, o ano zero da era punk rock, papito!
era o verão de 1997. calor tropical. foi quando fiz minha visita ao cbgb. era uma tarde de sábado. passei batido pelo estabelecimento, sem perceber o nome do bar, pintado no toldo, ilegível de tão velhusca a tinta. tive que andar mais um tanto e voltar pra ver que era ali mesmo que ficava a minha versão particular da igreja da natividade. where is the cbgb? is it here?, questionei em meu inglês precário. um caminhão de cerveja, estacionado na calçada, fazia a entrega sabadeira. oh. era ali mesmo. o dono estava exato onde os donos costumam estar, logo atrás do balcão. gordo e tatuado e cabelo comprido. me mostrou o boteco. felizão. "oh, i love the brazilian punk bands", me garantiu, sem saber nomear none. e me garantiu que até o pink floyd (oras) já tocara por ali, muito antes da fase the wall, claro. o cara ainda me vendeu uma camiseta com o nome do bar. camisa que ainda tenho guardada ali na gaveta, pra sempre me lembrar de minhas origens. suportando essa digressão punker, minha mãe fez que achou o bar interessante e voltou a caminhar pelas aprazíveis ruas do village. sim, eu fui ao cêbêgêbê com minha mamãe. sou punk paca.

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eufemismo

lá na esquina da apeninos com a castro alves tem a padaria tamandaré. ela leva esse nome porque, do lado oposto do citado cruzamento, a apeninos passa a se chamar tamandaré. mas a padaria tamandaré fica ainda na parte da apeninos, ali ao lado do hospital do servidor público municipal. a padaria apeninos é, mui provavelmente, a padaria mais tosca deste lado da aclimação. a única coisa que eles sabem fazer é vender cerveja. o pão é ruim, os salgados são velhos, os doces parecem de anteontem e a salada do x-tudo é vencida. então, percebam, eu estava realmente puto da vida quando resolvi entrar lá pra bater um x-salada. estava transtornado. estava out of control. tinha acabado de levar toco de uma guria que me manteve em banho-maria por um mês. de tal forma que - e digo isso sem nenhum orgulho - resolvi descontar minha angústia sexual no meu corpo junkie. cousa de beatnik demodê. enfim, essa foi a última vez que passei pela porta da tamandaré. e espero não voltar lá tão cedo. passei pela porta e cumprimentei o sanduicheiro. "olá, maguila, buenas." o cara leva esse nome - oh - porque é negro, gorducho, sem pescoço e nordestino. o maguila foi tratar de meu x-salada (sem muita maionese, por obséquio). e me deixou vendo tevê. passava um jogo do corinthians. quem mora em são paulo aprende a querer que o corinthians se estrepe. então comecei a torcer pro outro time. torcer calado porque ali ao meu lado estava um legítimo corinthiano, ladeado por uma kaiser kente. do lado oposto do balcão, uma prost puxava papo com o colega do maguila, na tentativa de não pagar o café com torradas; pelo cheiro de perfume da garota, tão cafona, ela estava indo pro serviço. bueno, eu examinava a prost e sua calça roxa, de plástico, presumo, colada à bunda gorda, quando senti um fedor mais fétido que o perfume da vagaba. a porta do banheiro tinha sido aberta. céus. a porta do banheiro aberta, na padaria tamandaré, faz você sonhar com a fumaça de cadáveres na polônia. o rio pinheiros parece uma reserva florestal diante do futum que escapa pela porta do banheiro da padaria tamandaré. de lá de dentro saiu um velhinho. um vellho meio mijado e completamente embriagado. é preciso estar assim desse jeito pra se fechar DENTRO da pôrra do banheiro da padaria tamandaré. o véio saiu bamba, tropicante, rastejante, como o velho buk à beira da última cirrose. veio se sentar do meu lado. demorou um tempinho pra - mal e mal - contornar minha pesada silhueta e se acomodar diante do corinthians. sentando a bunda na cadeira, se virou pra mim num sorriso desdentado. resolveu me ter como amigo. "rapaz, você é forte, hein?". ele percebeu, até ele percebeu. a que respondi com minha habitual solicitude. "não, véio, não sou forte. sou gordo mesmo." e sorri. ele sorriu de volta. sem saber o que é escárnio. maguila nos apartou com a chegada de meu x-salada. agradeci e mandei uma dentada faminta no hamburguer, lançando um bocado de maionese na minha blusa. sorri. satisfeito. e o véio tomou mais um gole de brahma. não sei se ouvi direito, estava com a cabeça enfiada na alface do sanduba, mas creio que ouvi um arroto do velhinho beat.

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the man

“Meu conselho mais importante para todos vocês, aspirantes a escritor: ao escrever, tentem deixar de fora as partes que os leitores pulam.” (elmore leonard)

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summer´s gone

acabou o verão. esfriou pra caramba. e o comércio secou. assim, aquela lojinha que vendia galões de água mineral, ali na rua apeninos, em frente ao necrotério do hospital do servidor público municipal, agora mudou de ramo. virou uma floricultura vinte e quatro horas. a especialidade da casa é coroa pra defunto. bem oportuno, tu sabes...

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city life

desenvolvi um método beat pra melhor conhecer las ciudads do mundo. são três pontos práticos que, executados com afinco e mente aberta, te liberam de visitas guiadas a museus, sight seeings e aquela maratona de photographs diante dos velhos cartões postais (cousa de japonês).
1. deixe sua mochila no albergue tosco e saia para o boteco mais próximo. sente-se numa mesa na calçada, na esquina, no meio da rua. peça um chope e aprecie as pessoas que passam passam passam sem nem darem pelota pra ti.
2. suba no metrô, no trem, no baú e só pule no final da linha. não importa onde seja. pode ser na cidade ademar. seria cool. passe o dia por lá. aproveite e faça novos amigos, deixe de lado o esnobismo escr*to parasitário de que nos falava o gov lembo.
3. vá logo ver uma partida de futebol, pôrra. pode nem ser por causa do espetáculo esportivo em si, que por vezes deixa a desejar, mas pelo clima geral. compare, por exemplo, a atitude da torcida do gama no bezerrão com a dos corintianos no pacaembu. (e ainda se surpreenda com o pcc, se conseguir.)
depois disso, se sobrar tempo, dê uma passada no masp e tire uma photo sem phoco diante da estátua do borba gato.

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pra consumo próprio

do noticiário nacional:
"A Polícia Federal (PF) de São Paulo prendeu na madrugada desta terça-feira no Aeroporto Internacional de Guarulhos um brasileiro, vindo da Holanda, portando aproximadamente 10 mil comprimidos de ecstasy."
nota TPB: dez mil? isso é dar mole.

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três tristes tigres

abri um link que chegou pelo orkut e, dizem, contaminei meu computador beatnik com o traiçoeiro "cavalo de tróia". oh, céus. meu pc pode explodir a qualquer momento. rachar no meio, virar fumaça. tipo o pt. posso ser pego de surpresa assim no meio de uma linha.
começou o back up da bagaceira. salvar em disco o que realmente me importa. deixar que o resto, babau. uma nova forma de se ver a vida, se assim me entendes. levar apenas o necessário. e ter o desapego como objetivo. isso é budismo. vou perguntar pro john pothead se não o é.

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22 maio 2006

swissair

a seleção brasileira já está na suíça!
a grana do maluf também!!

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a sua chamada está sendo transfer

arrancar o telefone
puxar o fio da parede
arremessar pela janela
nunca mais
nunca mais
agüentar
tamanha indiferença

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colóquio sobre a expressão escrita

- gostei do que você escreveu!
- bacana. brigado.
- gostei de verdade. por que você não escreve sempre assim?
- em que sentido?
- tá muito bom! por que você não escreve assim, muito bem, sempre? tá inteligente, engraçado e audaz.
- gradecido.
- tente ser sempre assim.
- "nem sempre se pode ser deus", diriam os titãs.
- não vejo graça naquelas suas poesias urbanas, sabe? hai kais ruins, ruins.
- percebo. não têm rimas...
- você até escreve bem. mas seus personagens são chaaatos.
- não tenho muitos personagens, reparou?
- pois é. fica sempre aquele negócio de você escrever sobre si mesmo, sobre a aclimação, sobre o john pothead, sobre alguma garota em quem você esbarrou no metrô sentiu tesão e nunca mais viu.
- exato.
- e você é muito chato. por que escrever sobre si mesmo se você não é nada fascinante?
- não sou fascinante, mas sou sincero.
- henry miller escrevia sobre ele próprio, verdade, mas olha a vida que ele levava. ou jack kerouac ou jack london... ou todos esses caras que você gosta de citar.
- bueno. é isso. sou beat.
- beat é demodê.
- escrever é demodê. tu, por exemplo, tu só escreve e-mail. e olhe lá. deve abreviar as palavras, sb?
- a língua é um organismo vivo, para horror seu e de seus amigos escritores fantasmas.
- verdad. a língua ainda está aqui viva. mas estamos tratando de matá-la a pauladas.
- presunçoso.
- quem? teu papo?
- você e seu personagem de si mesmo. sempre cagando verdades e citando músicas em inglês.
- não curtes the flaming lips? eles são do oklahoma e eles são lisérgicos e...
- chato, chato. muito chato também esse papo de maconha.
- perdones.
- quantos anos você tem, cara?

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casinha de sapê

Quero um torrão de açucar para me fartar. Segunda-feira fria e cinza como nunca por aqui. Não queria nem sair da minha cama, quanto mais vir a meu distinto trampo, cheio de rostos cinzentos. Mas cá estou, com grande senso de responsabilidade imputado por meus pais. Por que simplesmente não saio por aí, de banda em banda? De lugar em lugar. Being happy. Lots of good friends, good weed to smoke. Quero cair numa grama fofa, verde, perto de um rio. Com uma esposa gorda e prendada. Com filhos altivos, honestos e belos.

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paz e amor, bitcho

"i thought i was smart, i thought i was right, i thought it better not to fight. i thought there was a virtue in always being cool. so when it came time to fight i thought i'll just step aside and that time would prove you wrong, and that you would be the fool. i don't know where the sun beams end and the star light begins, it's all a mystery..." (the flaming lips, os lábios flamejantes de oklahoma)

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lady madonna

aumento o volume da vitrola. até o chiado do vinil me ocupar os ouvidos. deixando lá fora o chiado da rua, a martelada da construção.

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o peso das coisas

gosto de disco de vinil
gosto de filme em película
gosto de cheiro de livro novo
gosto de garotas de pele macia e pés pequenos
tanto fetiche ainda me arruína

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19 maio 2006

the usual suspects

posso andar de boa pelas ruas de são paulo. sou branquela e bem alimentado. não faço o tipo suspeito.

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dá bem mais que vinte

o genial "código da vinci" está em cartaz em cento e sete salas paulistanas.
poder de escolha é o que há.

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A vida boa de Mahogama Smith

Mahogama Smith abandonou o jornalismo. E, hoje, dedica-se à síntese de smarts drugs, num sítio em Atibaia. Longe da vida agitada da metrópole, busca na terra vermelha e no ar da colina a inspiração de sua existência. Logo ao acordar de manhã, costuma devorar duas fatias de space cake, sabor figo com aveia. A iguaria é feita pela Preta Véia, que mora num jatobá (árvore de diametro generoso) de dois cômodos. Refrescado pelos eflúvios do bolo em sua mente, Mahogama sai pelo seu pedaço de terra segrado. Conversa com passarinhos na língua ancestral. Colhe flores campestres e toma banhos de lama. Revigorado, vai para seu laboratório de psychotropic pills. Ali, incensado por sabedorias mil, mistura pequenas partículas de natureza. Busca a síntese da felicidade. Depois experimenta suas próprias amostras. Dia desses, Smith saiu pelo vilarejo para fazer compras, logo após a ingestão de um tablete. Chegando na rua principal, viu em cada pessoa, seu melhor amigo, sua família. Sentiu por eles o mesmo amor. Entrou no mercado, mas não comprou nada. Não viu sentido nisso. Apenas sentiu o momento. O presente. Ficou angustiado, “tenho que viver isso agora.” Nunca mais sentiu tal sensação. Qualquer coisa na vida, só se vive uma vez.

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pcc kd vc

quando me enche o saco até a tampa
abro a janela
e espero a bala perdida me encontrar

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seis da manhã no japão

anoitece de repente
a gente nem percebe
anoitece no meio de um pensamento
anoitece assim no meio da rua
o sol atrás de um arranha-céu
as primeiras luzes nos postes de sempre

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recursos naturais

o petróleo é nosso. tudo bem. mas o gás é do morales.

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17 maio 2006

laricão

dados recém-divulgados pelo instituto brasileiro de geografia e estatística: 14 milhões de brazileiros passam fome.
14 milhões menos um. que eu já matei uma pizza.

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etiqueta beat

finêza não cuspir no chão

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tatu

nove e meia da noite na praça da sé. as luzes acesas e as calçadas vazias. tudo estranhamente silencioso para uma noite de terça-feira. o que fizeram com os mendigos? sem ninguém a quem perguntar, aperto o passo e entro logo no buraco do metrô.

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o álbum da copa

o que faço com as figurinhas de júlio baptista, renato e roque júnior?

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a vadia

saiu em todos os noticiários: gisele bündchen diz ter feito amor com apenas cinco sujeitos ao longo de toda a sua vida.
pôrra, gi, quem são os outros quatro?

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16 maio 2006

tê pê bê

nem pt
nem psdb
nem pcc
venha pro tpb
você tb

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movimento audaz

quero descobrir o novo mundo. como pedro álvares cabral. como marco pólo. como marcos pontes. quero chegar aonde nenhum homem jamais esteve. um pequeno passo prum homem e tal.
mas mal consigo sair da aclimação.

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PCC e o tédio

Terça-feira parada em São Paulo. O PCC resolveu dar uma trégua, mas já era tarde. Cancelaram tudo. Coletivas de imprensa, eventos. Estou no meu trampo, nada a fazer. Espero o tempo passar, tediosamente. Esperando Godot. Fumo um cigarro atrás do outro. Minha cabeça pesa de sono. Sim, eu poderia ter iniciativa. Mas, pra que serve? Alguém vai me premiar, condecorar, aumentar o meu salário? Não, porra. Vontade de estar em casa, debaixo das cobertas. Ler John Fante. O frio aqui é europeu. Mais um cigarro. Mais um café. Pensamento longe. Notícias imbecis no UOL. A seleção do Togo chega à Alemanha. Dicas de saúde. Receita de pavê. O governador Lembo diz qualquer coisa. Leio tudo, pois nada tenho a fazer. Tudo é imensamente vazio. E não preenche minhalma em nada. Preciso sim de vida. De mergulhar numa cachoeira lotada de mulheres de biquini. Isso sim, seria a salvação de mais um dia de tédio.

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15 maio 2006

edredão

tá meio friaca, sabe?
dezesseis, dezessete graus.
meias e cachecóis.
tá meio guerra civil, sabe?
presídios rebelados e ônibus incediados.
tiroteiros e tal.
então acho que hoje vou ficar o dia inteiro em casa.
deitado na cama.
bueno, talvez saia daqui pra pouco. pra comprar um fuzil. mas volto logo.

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Violência em SP

Hoje acordei e vesti meu colete a prova de balas, guardado para ocasiões especiais. Estava pronto para encontrar um brother do PCC e trocar figurinhas. Meu coturno afundava o chão da Castro Alves em cada pisada. Passei pelo bar do Zé Quebrado, onde alguns bandidos jogavam poquer a milho. Gritei: “não tem homem nessa porra!?”. Eles olharam assustados, largaram as cartas (um deles tinha um four de valetes) e disseram : “Não, amigo, na paz, na paz”. Um deles, solícito, me oferceu um tiouso pasteloso. Dispensei. “Só fumo do bom. Essa merda tá pura amônia.” O cara pediu desculpas. Segui andando. Passei por um agência arrasada do Bank Boston, em que mendigos se estapeavam por moedas, sobras do saque. Dei alguns tiros no chão com minha automática e eles dançaram o charleston. Respirei o ar puro e seco. Pensei comigo mesmo. “Que dia aprazível”. É bom estar de bem com a vida. Subi pela Vergueiro em direção à Liberdade (o bairro). Um policial berrava de dor. Estirado no chão, seu joelho parecia um chafariz de sangue. Respingou no meu casaco de couro de cordeiro. Fiquei puto. Dei um chute na cabeça do otário. “Sai da frente, ô Mané”. São Paulo é pra quem pode. Os chinas da máfia fecharam as pastelarias. Estavam com medo. Arrombei uma delas. À força. Pedi um de calabresa com catupiry. Porra, qualquer merda é desculpa pra não trabalhar no terceiro mundo. Essas coisas me deixam puto.

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injustiça

mas e o roque júnior, pôrra?

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14 maio 2006

vai passar

tô me guardando pra quando o carnaval chegar

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12 maio 2006

a subversão do gol

gosto de gols aos 47 do segundo tempo. (menos, claro, quando é o nosso time que leva esse gol, desnecessário notar.) mas quero dizer que gosto da idéia, entende? de fazer tudo em cima da hora. na louca. quando parece que não dá mais tempo, e quando qualquer reação do time adversário se torna impossível pelo decurso de prazo. um gol aos 47 minutos parece vencer o tempo. parece dobrar a vontade divina e os rumos da história. ou pelo menos, os rumos de um certame.

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11 maio 2006

Tabaco e açucar

dizem que eu me relaciono mal com o trabalho. dizem. dizem muitas coisas. mas hoje vou falar uma coisa positiva. trabalhar é...bom. no meu caso, digamos que me faça um bem. como trabalho, sou obrigado a pisar na rua. ahã. rua, aquele lugar. cheio de pessoas. pessoas que trombam umas nas outras. carros que atropelam uns aos outros. eu mesmo atropelo. eu e o ser humano. dessa galera que perambula por sampa, me amarro nos mendigos. os outlaw. a rapaziada tratada com cortesia pelos cops. aqui há vários tipos. mas me amarro nos clássicos. barbudões. velhuscos. de olhos esbugalhados. quando tenho, dou uma moeda. um cigarro. gosto de dar cigarros. é um ato muito fraterno. alivia as dores do mundo. eles gostam mais de um morrete do que pratinhas de cinco cents. outro dia me superei. tinha cidadão sem teto. dormindo. próximo à sarjeta da josé getúlio. rua famosa do nobre bairro da aclimação. onde despontam casas badaladas pela nata da classe média baixa. rodluz. padaria madame. empório dany. pois bem, o bump estava lá, envolto num cobertor estilo campo de concentração. vocês sabem qual é. passei no dany. compras da semana. no caixa, catei um sonho de valsa. cuidadosamente, deixei ao lado do meu amigo. o cara nem sei mexeu, óbvio. fui embora feliz pra casa. sou uma alma boa.

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Já passou

tudo na vida é tão transitório. que chega a ser opressor à minha existência.

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under the influence

as palavras perdem o sentido. e a conexão entre sentenças. fica complicado. esboçar raciocínio lógico. esboçar raciocínio que seja. difícil a expressão.

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salve o cinema

o top cine ficava ali na avenida paulista.
ao lado do prédio da gazeta, do lado de cá da rua, em frente à fnac e tals. na bela vista. acho que foi o primeiro cinema que freqüentei nesta minha temporada sabática na grande megalópole cinzenta.
lembro que fui ver "para sempre mozart", do godard. e dei uma cochiladinha feliz. mais bacana foi ver "uma mulher é uma mulher", da primeira fase do godard, antes do mozart, na época da ana karina, quando o cara era bem mais divertido e bem menos cabecinha.
além de godard, passaram ali pelo top cine truffaut, resnais, chabrol, rohmer, malle, rivette, ozon e essa francesada toda saída da nouvelle vague e vizinhanças. isso em apenas um ano de cinefilia paulistana, esse último ano.
na semana passada, nem faz muito, pude ver uma cópia novinha de "pele de asno", um musical dos anos sessenta, do jacques demy, com músicas do michel legrand, aquele francês amigo do luizinho eça - um musical meio kitsch, meio psicodélico; meio fábula infantil, meio lisérgico. sobre um barrigudo rei que fica viúvo e resolve se casar com a mulher mais bela do reino. ou seja, resolve se casar com a própria filha, que é a catherine deneuve - logicamente a catherine deneuve é a mulher mais bela do reino (a brigitte bardot devia ser de um país vizinho). acontece que a catherine deneuve não encara com muito tesão esse lance de se unir em núpcias com o papito. e se manda. foge pra viver beatmente no meio da floresta, disfarçando-se toscamente com a tal "pele de asno" que dá nome à aventura - isso até aparecer o príncipe encantado mauriçola que vai tirar ela daquele lugar e blablablá.
no início deste ano, lembro que rolou uma mostra hal hartley no top cine. por ali vi ainda wong kar-wai, bertolucci, visconti e outros bacanas de ontem e hoje.
mas hoje o top cine fecha a porta das duas salas. fim de serviços.
te digo que eu ia sempre ao top cine. porque passava filmes de verdade, filmes necessários. porque ficava mais perto aqui da aclimation, subindo a paulista. porque o ingresso era mais barato. porque não precisava chegar uma hora antes pra segurar ingresso. porque as salas eram grandes e até dava pra sentar bem longe de casais pipoqueiros e comadres parlantes. porque não passava comercial do unibanco antes do filme. porque não tinha projeção digital. porque os dois ou três funcionários eram sorridentes e meio chapados. porque dava pra comprar pôsteres de filmes bacanas (um jarmusch e um sganzerla decoram meu apê beat). porque tu corria o risco de ficar batendo papo sobre godard e ana karina com o gerente da bagaça antes de a sessão começar.
agora não mais. godard e ana karina foram embora.
e cineminha é ali no shopping center.

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liberdade de expressão

bueno. a idéia deste blog beat foi do john pothead. pergunte a ele o porquê. e eu aqui trato de escrever qualquer m*rda pra isto não ficar vazio. acontece que nós dois somos beats. somos poetas marginais. somos pôrra-loucas desenfreados. de modo que somos também useless quanto à tecnologia e computadorices. por isso nosso chapa elipe - do blog "totalmente sem noção" - teve que nos ajudar pra fazer os comments funcionarem. ele instalou um programa chamado haloscan. ou algo assim. pra atender nossos milhares de usuários. parece que funciona.
portanto, bem-vindos ao novo TPB.
tê pê bê: servindo bem pra servir sempre!

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10 maio 2006

the cell phone explodes

teu celular in roam
sem rumo
cricricrilando
em tua bolsa distante

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the city lights

as luzes da pires da mota se acendem
cada dia mais cedo um pouco
cinco e tanto
cinco e meia da tarde
silêncio na construção

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saco

john pothead descobriu um boteco que serve testículos de boi. e testículos de galo. a gente riu, achou engraçado, pediu mais uma porção de bolinho de bacalhau. a gente não tem culhão.

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libertinagem beat

a liberdade de expressão é um insulto

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knorr

sopinha de costela light.
isto, pra mim, é novidade:
inventaram a costela laite.

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09 maio 2006

baía de porcelana

meu apê beat adquiriu um insuspeitado ar bucólico neste inverno industrial. há alguns dias brotou por aqui um constante barulhinho de água corrente. como um riacho passando ao largo da loureiro da cruz. um discreto curso d´água. uma cachu. aconteceu qualquer cousa com a bóia da caixa d´água de minha privada. agora rola esse delicado riachuelo, escorrendo pelas paredes aporcelanadas do vaso sanitário. agitando o ecossistema do celite.

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08 maio 2006

birra

garotinho vai ficar sem sobremesa

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o céu que nos protege

dizia que nunca mais veria estrelas
mas quando olhei para o céu
numa tarde de verão industrial
vi ali um sinal de deus, deus
- oh, god! -
num zepelin de chumbo
um dirigível da goodyear

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para comer a avril lavigne

queria ser o cara do simple plan
e poder encaixar numa canção
toda a poesia que couber em meus bolsos
queria ser o cara do simple plan
e poder usar aquele corte de cabelo
causar sensação desfilando pela galeria do rock

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i feel free

geladeira beat vazia. só uma garrafa d´água. uns restos de melancia. melância. vesti minha roupa de outono paulistano (meu pijama de moleton beat) e desci a rua loureiro da cruz. para fazer compras ali no supermercado hirota. the cream escapando de dentro dos auriculares sonoros. psicodelia londrina. descendo a loureiro, assim na maciota, no pé ante pé, na batida lisérgica, desviando dos oldie coreans e das bostas de cachorro espalhados por toda a calçada.
...feel when i dance with you
we move like the sea
you, you're all i want to know
i feel free, i feel free, i feel free...
pêra, uva, maçã e banana. frutas sazonais. alface, lisa ou enrugada? pão light, iogurte light, queijo light, bolo light, suco light, sopa light, cocaine light pra minha vida hard, hardcore. um par de pilhas palito rayovac (aaa). aquela do robinho. para os auriculares semoventes continuarem rebimbando seu fog londrino no coração da cidade industrial.
...i can walk down the street, there's no one there
though the pavements are one huge crowd
i can drive down the road, my eyes don't see
though my mind wants to cry out loud
though my mind wants to cry out loud...
a véia empilha suas compras na frente da moça do caixa. e olha pra trás de relance, um olhar enviesado de desconfiança na fila. será que sou eu cantando alto? que seja. there´s no one there, além de mim e meu macaco.
tãnananananã, pãnanananã, tããã, panãã, aifiufri
preciso comprar um jornal. pra ler sobre o flamengo. preciso de comprar um jornal que traga notícias sobre o flamengo. preciso de trocar minhas figurinhas da copa do mundo. tenho três viducas e três porras. o goleiro da costa rica. preciso escrever a matéria logo. antes preciso decupar a fita. preciso aprender a mexer no novo bolg beat. preciso começar a pensar no futuro. preciso encontrar o heitor.
though my mind wants to cry out loud...

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the system alert preview

apresente-se ao porteiro e aguarde ser anunciado

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fight test 3

what?

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07 maio 2006

test2

estádio sério de chapação

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fight test 1

In pot we trust

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