Música favorita da semana

Ooh
Wow
Ooh
I feel bad, and I’ve felt worse
I’m a creep, yeah, I’m a jerk

Come on
Touch me, I’m sick

Wow
I won’t live long, and I’m full of rot
Gonna give you - girl - everything I got

Touch me, I’m sick, yeah
Touch me, I’m sick

Come on baby, now come with me
If you don’t come
If you don’t come
If you don’t come
You’ll die alone


I’m diseased, I don’t mind
I’ll make you love me ’till the day you die

Come on
Touch me, I’m sick
Ahhh

Fuck me, I’m sick (Touch me I´m sick, "Mudhoney)

piratas do caribe

seis graus nas madrugadas d´aclimação
arrebento armários embutidos a marretadas
lenha pra fogueira
as labaredas chamuscando minhas paredes
verde água

Real people from Topeeka

- Hoje eu chorei pra caramba.

- Chorou? Por que, coitado?

- Por causa da emoção.

- Emoção, ah, que bonito. Que emoção foi essa?

- Ah, aquela emoção verdadeira, de se dizer coisas verdadeiras, que não se diz pra ninguém, apenas pras pessoas verdadeiras.

Jack Hanna

Hoje acordei com vontade de fazer algo diferente. Fui logo pra corda bamba. Andei e dei até umas piruetas. Depois fui amolar peixeiras. Dar comida aos leões. Escalar arranha céus. Até que um sujeito chegou e disse, porra, não sabe o que quer da vida, ó burguês? Eu disse, claro que sei, sou um sujeito mui convicto. Meu lance, minha vocação, sabe, é mergulhar com os tubarões. Acariciá-los. Nasci pra isso.

plano b

já tentei ser jack kerouac
não deu
agora quero ser roberto justus

futebol arte

"bob dylan é um poeta e like a rolling stone é a melhor música já gravada em disco até hoje"
(ney franco, técnico do mengão)

the double tree park falls apart

reforma no 902
cheiro de cola
furadeira nonstop
marteladas all day
bater de portas
agradáveis tardes d´aclimação

fama e fortuna

são meus objetivos em terras paulistanas
desbravar a grande megalópole e conquistar meu lugar ao sol
(agora)
Now Blogger saves your drafts automatically!

Roll the bones

Foggy londrina em sampa. Pouco se vê além dos prédios. Ouço não só a maquinaria das obras. Alguns passarinhos cantam estridentes. Meu cérebro tá mole. Do adiantado da hora. Da noite de ontem. Do café que não tomei ainda. Não fiz. Não dei conta. Dizem que o que salva é o amor. E o dinheiro apenas viabiliza. But its not about happiness. Será? Viver sem os dois é como chutar latas no meio do caminho. Vagabundeando sem responsabilidades. E deus? Ah, esse aí paga a conta.

beat porém limpinho

mal abri a porta do elevador e senti um cheirinho bom. até verifiquei se era o andar certo. o nono andar. cheirinho bom. e não me refiro ao cheiro de sinsemilla queimada que bafeja a cara dos visitantes cada vez que john pothead atende a campainha. nem me refiro ao cheiro de xampu de babosa que escapa das melenas loiras de minha vizinha joss stone quando ela vai até a lixeira. me refiro a cheirinho de limpeza. daqueles cheirinhos que nem bon air dá. e esse cheirinho limpinho vinha mesmo de meu apartamento beat. passei algumas horas na rua, batendo perna entre os camelôs do centro, e quando volto percebo meu apartamento limpo, asseado, tal um lar de família. dia de maria rosa. oh, sim. as cousas cheiram bem por um par de horas quando é dia de maria rosa limpar o apê beat. pena que, em pouco tempo, meus odores e fedores reconquistarão o terreno perdido. até lá... vou fumar um cigarrillo ali na varanda. em respeito.

papa go home

defender cristo, tudo bem. vá lá. pelo que consta, o cara era gente boa, na dele. meio hippie. meio beat. agora, se achar o representante de deus na terra e sair cagando regra? já se olhou no espelho, ô ratzinger!

buenas

sempre me desejam "boa sorte". quando me despeço. mas será mesmo questão de sorte?

cinema

"sento sempre nas primeiras fileiras. não há nenhuma distância respeitável a manter entre mim e o filme. o prazer de ser esmagado por uma imagem cinematográfica. prazer de ser esmagado... cruelmente. uma sessão de cinema é uma sessão de estupro."
(jean-claude bernardet)

mol

o pequeno elétron
perdido
não sabe mais voltar pra casa

Música favorita do momento

Happiness
More or less
It's just a change in me
Something in my liberty
Oh my, my
Happiness
Coming and going
I watch you look at me
Watch my fever growing
I know just where I am

But how many corners do I have to turn?
How many times do I have to learn
All the love I have is in my mind?

Well, I'm a lucky man
With fire in my hands

Happiness
Something in my own place
I'm standing naked
Smiling, I feel no disgrace
With who I am

(Lucky Man, "The Verve")

abstinência

e o papa mandou não trepar.
tranqüilo, pode deixar.

joss

eu tenho uma vizinha de vinte e poucos anos. ana lúcia. eu torço, todos os dias, pra encontrar com ela no elevador. ou no corredor. mas, quando acontece, fico sem graça. olhando pro chão. ela fala comigo e eu fico meio gaguejando, sabe? às vezes dou uma espiada mais comprida, pelo corpo dela, e me pergunto se ela percebe. às vezes fico de tocaia atrás da porta, quando ouço barulho no corredor, espiando a garota pela grande angular do olho mágico. será que ela percebe? será que faço sombra na fresta da porta? será que ela consegue me ouvir, arfando, bem perto dela? penso em bater na sua porta, de cuecas, perguntando em que posso ser útil. penso em arrombar a porta e criar um escândalo.

the very question

- olá, guria. curtes poesia?
- quem é você?
- em que sentido?

the grey day

um dia paulistano. é assim: chove tão fino, que teu guarda-chuva é inútil, chove por todos os lados, tanto que teu guarda-chuva passa a ser kitsch. e fica tudo cinza. o chão, essas paredes e as nuvens do céu. então escolho roupas cinzas, marrons, bege. tons pastéis de feira. para me camuflar por la ciudad. e um par de galochas impermeáveis. vulcabrás.

teu esquema

joel santana
contemplando a prancheta
escalar três zagueiros
avançar os laterais
recuar um meia
adiantar dois ponteiros
quatro-quatro-dois
três-cinco-dois
três-seis-um
deixar um homem isolado na frente

nono andar

traço o lento caminho do cuspe
acelerando
rumo ao chão

o ralo

esse cheiro... que o senhor tá sentido...
esse cheiro vem do peixe... da feira...

calm and quiet night

o leiteiro ainda nem tirou leite
o jornaleiro ainda não passou
a construção vazia
às cinco da manhã
pacientemente
espera eu acordar

passagem

"o beijo que espero virá
da colisão das retas
paralelas
a caminho da festa
banho de lama
na minha melhor roupa
de raspão
passará como tiro
em quem tá do lado
esperando o ônibus."
(bruna beber)

Leonidas de Esparta

Acordo. Vou à feira. Fazer almoço. Peixe. Robalo. Ervas. Frescas. Desço com facas e tesouras para afiar. Entrego pro baiano José João. Amolador. “Uns 40 minutos”, diz. “Beleza”. Entremeio as barracas. Abacaxi. Pérola. Figo de Valinhos. Aspargos verdes. Carqueja. Alecrim. Peixes, camarões, polvos, lulas. Ah, o robalo. Belo e branco. Volto pro baiano. Nada de amolação. “Espera só um pouco”. “Tá bem (porra)”. “Aqui nóis faz de tudo, só não faz dinheiro”. Tempo passa. Pessoas passam pela barraca de José. Ralos. Esponjas. Lixas. Tábuas. Torneiras. Rebimbocas. Senhora japonesa. “Eu não amolo facas. Me corto.” “É?”. “É!”. O baiano esmerilha. Faíscas. “To preocupado, ficou muito afiada”. Subo. Fazer logo esse peixe. Baiano demorado. Corto alho. Cebola. A faca se aproxima dos meus dedos. Antevejo. Não faço nada. Deixo vir. Slap! Foi-se uma lasca do dedo. Corta, inclusive, um pedaço da unha. Sangue. Dói. Não acho a lasca. Vai junto com a cebola. Pro peixe. Não dói mais. Acho bonita a ferida.

As times goes by

Neste exato momento eu já era. Estou apodrecendo. Morri.

com ou sem você

O que mais me deprime é lamber minha alma. Como se fosse algum tipo de ferida. É achar que sou o centro do mundo – apesar de achá-lo. É sofrer alguma dor, apenas por ter que sofrê-la – quando na realidade não há dor nenhuma para sofrer. Ou há todas. O que dá na mesma.

o poeta ao acordar

- que fofo! como é o poeta ao acordar?
- guria, o poeta já acorda com tesão.
- pensei que ia me dizer algo mais inspirador... mais poético.
- eu acho bastante inspirador.

alucinação

- então tu foi adolescente nos anos setenta?
- sim, adolescente naqueles anos dourados.
- puxa. e como eram aqueles dourados? muito desbunde? tu ouvia beatles e stones? tu praticava amor livre? tu puxava fumo e pingava ácido? muito pau da polícia? muito bambuzinho debaixo da unha?
- eu ouvia belchior.
- entendo. tipo los hermanos.
- como?
- tipo milton nascimento.
- verdade. tipo caetano.
- então tu puxava fumo, não?
- não. só pingava ácido. bronquite.

serve somebody

as tuas intenções, forma de agir e viver, contam com a aprovação de Deus!? bom dia.

the upcoming poetry

- oi, guria. bom dia. tu curtes poesia?
- se não forem daquelas muito complicadas, eu curto.
- verdad. existem poemas que parecem equações matemáticas.
- equações matemáticas que demandam análises sintáticas!
- mas, não sei se tu percebes, é na simplicidade que se encontra a verdadeira poesia.
- percebo! por isso mesmo que aquelas que parecem equações, não gosto.
- ao mesmo tempo, pequena, e aí está o segredo do grande poeta, não se pode tratar a poesia com desleixo, não se pode tratá-la como mais um índice do cotidiano. esse é o grande paradoxo.
- eu gostaria de entender mais sobre a poesia... mas não sou boa nisso.
- talvez seja exatamente este o erro.
- eu até me esforço pra entender, mas acabo ficando nervosa e me sentindo uma burrinha.
- como te disse, burrinha, talvez o erro seja este, o tentar entender. ou, ao menos, tentar entender tudo o tempo todo, tentar manter o controle.

a chocante verdade sobre pires da mota!!

"Vicente Pires da Mota (São Paulo, 1 de setembro de 1799 — São Paulo, 30 de outubro de 1882) foi um sacerdote católico, jurista, professor e e político brasileiro. Foi diretor da Faculdade de Direito de São Paulo e exerceu diversos cargos públicos, como o de vice-presidente da província de São Paulo cinco vezes e presidente por dois mandatos (de 16 de outubro de 1848 a 27 de agosto de 1851; 16 de outubro de 1862 a 3 de fevereiro de 1864). Foi também presidente das províncias de Minas Gerais, Ceará, Paraná e Santa Catarina."
believe it, or not...

love´s labour´s lost

feriado
primeiro de maio
pois acho que vou
trabalhar
pra variar

(ah... não)